segunda-feira, julho 10, 2006

O conceito Lonely-Made

Escusando-me a grandes discursos, simplifico a origem do conceito Lonely-Made da seguinte forma (ler cabeçalho do blog):

Hand-Made - Termo usado para definir coisas feitas artesanalmente;
Artesanato - O Artesanato é essecialmente o próprio trabalho manual ou produção de um artesão (de artesão + ato). Mas com a mecanização da indústria o artesão é identificado como aquele que produz objetos pertencentes a chamada cultura popular. O artesanato é tradicionalmente a produção de caráter familiar, na qual o produtor (artesão) possui os meios de produção (sendo o proprietário da oficina e das ferramentas) e trabalha com a família em sua própria casa, realizando todas as etapas da produção, desde o preparo da matéria-prima, até o acabamento final; ou seja não havendo divisão do trabalho ou especialização para a confecção de algum produto. Em algumas situações o artesão tinha junto a si um ajudante ou aprendiz.
Origem: wikipedia
Ready-Made - Definição dada por Marcel Duchamp (M.D.) em Dictionnaire Abrégé du Surréalisme, André Breton and Paul Eluard, 1938, p. 23:
Arte - Obviamente que aqui seria dificil encontrar uma breve definição para aquilo que tem várias e dispares definições. No entanto há um ponto a ressalvar claramente neste caso: falamos de Artes Plásticas e do edificio cultural que revela a concepção de um dado momento histórico a partir da exploração teórica e imagética.

São estas as definições básicas com as quais se parodia ao introduzir o nome Lonely-Made. Acrescenta-se aqui a relação do hand-made com o mito da manualidade/autenticidade da arte, exercido até ao século XX através da exaltação da figura do artista e o ready-made com o mito da conceptualização/repetição da arte, exercido a partir do século XX através da exaltação da figura do receptor.
O que acontece quando se mistura a detenção dos meios de produção, a manualidade, a falta de planificação e projecto a um objectivo conceptual, repetitivo e sem carácter autoral?