A caminho do esmagamento...
Nos últimos meses, Portugal foi confrontado com mais um atentado ao nível da cultura. O silêncio que caracterizou este processo causou, no mínimo, estranheza... talvez não devesse ter causado.
A venda de várias editoras a Paes do Amaral (ex-patrão da TVI), entre as quais se encontra a Editorial Caminho, com um percurso histórico de qualidade e resistência, vai significar a concentração da actividade livreira nas mãos de quem não quer cultura, a não ser a do espectáculo. Nestas mesmas mãos, foram parar centenas de trabalhadores. Alguns vão desejar sair. Outros vão desejar entrar. Outros ainda, mesmo que o desejem, não terão essa oportunidade, porque neste tipo de monopólio não cabem valores como justiça, pluralismo ou qualidade editorial. Mas cabem dois grandes objectivos: negócios altamente lucrativos e concorrência desleal.
A todos os que foram obrigados a abandonar projectos de que se orgulhavam, a todos os transferidos, a todos os despedidos, a todos os que acreditaram na diferença e ainda a todos os que deixaram de acreditar...coragem, porque apesar de nem todas as árvores morrerem de pé, os frutos que deram em vida podem sempre vir a gerar novas árvores.
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